Todos aqueles que já se apaixonaram, em algum momento, se questionaram o que estava ocorrendo:
  • alterações de humor;
  • sensações desconfortáveis pelo corpo;
  • pensamentos constantes e tantas outras mudanças, que podem variar de acordo com o histórico de vida da pessoa.
Mas, o que ocorre com nossa psiquê e cérebro quando estamos iniciando um relacionamento? Aprenda os cuidados para não causar problemas em você e nos outros!
 
O primeiro ponto de alteração é o aumento de dopamina em nosso cérebro, devido à “novidade” boa que essa pessoa traz. O corpo produz mais dopamina, fazendo com que desejemos cada vez mais a presença daquela pessoa.
Por isso, muitos conversam todos os dias quando estão iniciando um relacionamento. Entretanto, isso não dura muito tempo, pois chega um momento em que nosso cérebro “cansa” daquele estímulo. Ele já não se sente mais estimulado, pois deixou de ser uma novidade.
Consequentemente, muitas relações acabam por causa disso. Algumas demoram mais, outras menos, mas o ponto principal é que todos nós iremos “enjoar” em algum momento, e isso é natural.
Faz parte do processo de amadurecimento de qualquer tipo de relacionamento, não somente amoroso. Nem todos conseguem admitir isso e acreditam que podem ficar eternamente neste estado, mas a verdade é que precisamos aprender que nosso corpo se acostuma e nossa psiquê cansa.

Saturar o cérebro de forma que ele não entenda mais a alegria, joga a maioria das pessoas em vícios extremamente danosos.

 

O cansaço da psiquê começa a se tornar mais evidente quando o cérebro já está acostumado com os estímulos positivos que o contato com aquela pessoa proporciona.
Inicialmente, devido a esses estímulos, “fingimos” não ver diversos defeitos ou as chamadas “red flags” (bandeiras vermelhas), condutas que serão muito problemáticas no futuro. Porém, ignoramos isso porque preferimos dar mais atenção ao prazer que estamos tendo no momento presente.
Quantos já não se questionaram: “Como eu não percebi isso antes?”. Isso ocorre devido à pouca maturidade em questionar-se e seguir apenas as sensações físicas, o que gera situações bastante complicadas. Em um texto futuro, podemos explorar o fim de uma relação e a maturidade em continuar após o término dos “estímulos positivos”. Nesse texto, falaremos somente sobre o início.
 
No âmbito da psiquê, quando um relacionamento se inicia, de acordo com a história de vida da pessoa e seus critérios, pode-se desenvolver uma dependência emocional, na qual tudo gira em torno daquela pessoa. Isso ocorre não somente devido à dopamina gerada, mas também pela própria necessidade de estar com alguém, muitas vezes baseada em uma afetividade imatura e carente. Essa dependência busca constantemente a atenção de alguém para se sentir bem consigo mesma, a necessidade de aprovação e, principalmente, a necessidade de fazer parte de algo.
Quando nos aprofundamos em um relacionamento e temos contato físico, isso gera mais dopamina. Nas mulheres, há principalmente dois elementos que fortalecem o desejo de estar perto da pessoa: a ocitocina e a vasopressina, dois hormônios que estimulam esse desejo de proximidade. Forma-se, assim, um vínculo poderoso devido a esses hormônios. Isso significa que podemos criar vínculos com pessoas inadequadas para nós? Sim, com certeza.
Por isso, é essencial ter autoconhecimento e maturidade para reconhecer que nosso corpo tende a se envolver rapidamente em relações. Isso faz parte da natureza humana. Pessoas que têm muitos relacionamentos podem desgastar a percepção do cérebro.
 

 

Selecionar devidamente as pessoas que iremos nos aproximar, previne para não criarmos depois uma “casca” de proteção contra o outro.

Muitas rupturas afetivas podem levar o cérebro a ser incapaz de estabelecer conexões profundas e ter baixa tolerância às frustrações. Esse é um grande perigo de se conectar afetivamente com qualquer pessoa, sem critérios.
Muitas pessoas hoje em dia têm dificuldade em iniciar novos relacionamentos devido a essa conduta. Elas podem alegar que têm traumas. Esses traumas podem de fato existir, mas também existe esse elemento fisiológico em que o corpo não vê mais sentido em produzir hormônios para se afeiçoar e estabelecer conexões profundas.
Por fim, não podemos negligenciar que existem variáveis mais perigosas quando estamos falando do início de um relacionamento. Um exemplo é a tendência de repetir padrões familiares: uma pessoa que cresce em uma família desestruturada, sem bons referenciais, pode fazer escolhas prejudiciais. Uma mulher que cresce presenciando seu pai praticar violência física contra sua mãe pode acabar se envolvendo com alguém que não pratica violência física, mas exerce violência verbal e psicológica. Para ela, pode não parecer um problema, afinal, essa pessoa “não bate”.

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