O diálogo é uma ferramenta constantemente subestimada por nossa dinâmica social. Principalmente, por não estarmos dispostos a dialogar. Ouvir coisas que muitas vezes não queremos ouvir gera diversos problemas, dentre eles, não conseguir entender os outros, e os outros não conseguirem nos entender.
Ferramenta de combate ou entendimento?
O maior problema da comunicação surge quando as pessoas ouvem para combater, e não para entender. Na maioria das vezes, as pessoas não estão dispostas a ouvir ou falar adequadamente. Elas acabam colocando no outro a total responsabilidade sobre o diálogo.
Percebe-se o quanto esse comportamento é comum quando analisamos a seguinte frase:
“O que eu falo é problema meu, o que você entende é problema seu”.
A frase acima carrega a visão das pessoas a respeito do diálogo e não representa de forma alguma o que um diálogo saudável e maduro exige.
Falta compreensão ou expressão?
Nos tempos em que vivemos, as pessoas não conseguem expressar de forma simples e direta a suas ideias. Todos precisam de explicações em cima de explicações para que suas ideias possam ser compreendidas. Os ruídos de comunicação acontecem cada vez mais. Isso ocorre por a comunicação ser uma via de mão dupla.
Como nos comunicamos precisa estar em conexão com o estado emocional da outra pessoa. Para ocorrer um diálogo saudável, as pessoas não precisam estar no mesmo estado emocional para se conectarem. É necessário que se entenda como o outro está, para assim poder se comunicar da melhor forma.
O diálogo começa quando você olha mais para o outro do que para você mesmo. A maioria das pessoas não sabe dialogar, pois não lembram do outro, apenas de si mesmas neste processo de comunicação.
“A plenitude do controle emocional começa quando diante das adversidades diante do caos da vida nós conseguimos ser quem nós queremos ser e não aquilo que os nossos impulsos dizem que nós devemos ser”
A partir da frase acima, convido você a refletir sobre o processo do diálogo.
Muitas vezes você é “sequestrado” por impulsos e bloqueia a comunicação com o outro. Transforma esse momento, que deveria ser de entrega e recepção, em uma batalha de ideias: alguém precisa ser derrotado imediatamente.
Praticar a empatia conecta as pessoas
O poder do diálogo se resume muito na sensibilidade. Quando falamos de sensibilidade, pensamos no que o outro está sentindo. Mas, muito mais do que isso, é essencial termos a sensibilidade em relação a nós mesmos: “Como estou me sentindo diante desse diálogo? E o que farei com isso que estou sentindo?”.
Praticar a sensibilidade conosco, é o primeiro passo para termos a sensibilidade em relação aos outros.
Entender como você se sente torna o diálogo possível
Quando você conseguir gerenciar suas emoções, compreender seus sentimentos e entender suas reações às possíveis ações do outro, poderá diante de momentos tristes, estressantes, angustiantes ou quando estiver ansioso, compreender padrões do seu próprio comportamento- uma ferramenta necessária para desenvolver sensibilidade em relação a você mesmo e respeitar suas limitações.
O diálogo é algo muito profundo e complexo. Antes de iniciarmos o diálogo com o outro, você precisa ter a sensibilidade e compreensão em relação a si mesmo.