A maioria de nós já brincou com este transtorno tão sério. Quem nunca falou “Ah, eu sou bipolar” ou disse “Fulano é bipolar, uma hora está de mau humor e outra hora está de bom humor”? Esse tipo de brincadeira reflete a falta de conhecimento da população a respeito do que é o Transtorno Bipolar.
 
As alterações de humor ocorrem, obviamente, entretanto, devemos refletir sobre como isso se dá de fato. Através desse artigo, conheça o funcionamento do transtorno bipolar em seus dois tipos, e entenda a diferença entre o transtorno bipolar e o transtorno ciclotímico.
O Transtorno Bipolar (TB) afeta cerca de 2,4% da população mundial. No Brasil, o número não é muito diferente, atingindo cerca de 2,1% da população. Definitivamente, precisamos obter informações precisas a respeito para compreender o funcionamento deste transtorno e como podemos ajudar da melhor forma as pessoas que sofrem com ele. É importante lembrar que a melhor forma de auxílio é sempre a escuta e a compreensão.

 

 

Compreendendo a bipolaridade

O Transtorno Bipolar, a princípio, é crônico, ou seja, para a vida toda. Consiste em uma alteração no humor da pessoa em determinados períodos, podendo oscilar entre fases de mania ou hipomania e fases depressivas. Essas oscilações não ocorrem diversas vezes ao longo do dia, geralmente têm períodos que giram em torno de 7 a 10 dias para a fase maníaca e 2 semanas para a fase depressiva. Essas flutuações obviamente fazem com que a pessoa não tenha a constância necessária para viver.
 
Quantos de nós já nos deparamos com pessoas que concordavam com diversos projetos e ideias e, alguns dias depois, desanimavam completamente? Muito provavelmente, essas pessoas devem ter algum tipo de bipolaridade. Considerando que desde o primeiro sintoma até o diagnóstico oficial pode levar cerca de 10 anos, muitas pessoas ficam sem saber que realmente possuem esse transtorno e, consequentemente, passam a vida toda sem o devido tratamento, sofrendo com a inconstância.

 

Os dois tipos de bipolaridade podem ser descritos da seguinte forma:
Tipo I: Episódio maníaco, podendo ou não ter episódios depressivos;
Tipo II: Episódio hipomaníaco e episódio depressivo.
 
A média de oscilações varia de pessoa para pessoa. Um detalhe importante é que os sintomas precisam iniciar antes dos 25 anos de idade. Caso contrário, a tendência é de termos um transtorno unipolar em vez de bipolar, sendo o unipolar a famosa depressão.
 
No caso da bipolaridade, é necessário um histórico positivo do transtorno na família e a ocorrência de múltiplos episódios. Ao realizar o diagnóstico de bipolaridade, não devemos esquecer que o uso de substâncias que provocam alterações neuroquímicas pode confundir nossa percepção. Em alguns casos, a pessoa não possui bipolaridade, mas devido ao uso de alguma substância, ela pode aparentar ter o transtorno. Todas as possibilidades devem ser descartadas antes de fechar o diagnóstico.

 

 

A diferença entre mania e hipomania

A mania é um episódio de extrema euforia, enquanto a hipomania é mais leve em comparação com a mania. Durante esses episódios, a pessoa tende a tomar várias decisões cruciais para sua vida e assumir compromissos que não conseguirá manter, pois em breve terá um episódio depressivo ou simplesmente voltará a um estado de humor mais baixo.
 
No caso do Transtorno Bipolar Tipo I, ocorre a mania, mas não necessariamente a fase depressiva. No transtorno de bipolaridade, é comum a presença de comorbidades. Infelizmente, dentro desse transtorno, podem surgir outros transtornos.
 
No Tipo I, é bastante comum encontrarmos o transtorno de ansiedade, o déficit de atenção e hiperatividade, bem como transtornos por uso de substâncias, principalmente o uso de álcool. Essas comorbidades, especialmente quando associadas ao uso de substâncias, podem aumentar o risco de tentativas de suicídio.
 
No Transtorno Bipolar Tipo II, também ocorrem transtorno de ansiedade, transtorno por uso de substâncias e transtornos alimentares, como bulimia e anorexia.

 

 

Fatores Influenciadores e Complexidades do Transtorno Bipolar

Existem alguns fatores que podem levar ao surgimento do transtorno bipolar, como mencionado anteriormente. O histórico familiar é um dos pontos mais consistentes que possuímos em relação ao assunto. A genética desempenha um papel importante, embora não seja adequado detalhar aqui quais genes estão associados ao transtorno bipolar.
 
O cerne da questão é que existem indícios genéticos que favorecem o transtorno, e ter conhecimento disso nos ajuda a compreender melhor nosso próprio comportamento e o das pessoas que sofrem de transtorno bipolar.
 
Entre os fatores ambientais, pesquisas indicam que traumas na infância podem ter um efeito agravante no desenvolvimento do transtorno. Abusos, negligência, abuso sexual e emocional são exemplos desses traumas. O tabagismo durante a gestação, infecção materna e parto por cesariana também podem aumentar o risco.
Além disso, o uso de substâncias psicoativas pelo indivíduo pode facilitar o desenvolvimento do transtorno, sendo que aqueles que sofrem com abuso de álcool têm cerca de quatro vezes mais chances de desenvolver o transtorno.
 
Por fim, os prejuízos cognitivos e intelectuais causados pelo transtorno bipolar afetam a dinâmica da pessoa. Além das complexas oscilações de humor, esses prejuízos são muito mais influenciados pela história de vida da pessoa do que pela própria doença, sendo um desenvolvimento bastante particular.
 

 

A Importância da Abordagem Multidisciplinar e da Conscientização

Para o tratamento, é necessário contar com profissionais de saúde mental adequados, como psiquiatras e psicólogos, que possam lidar com essa situação. Não existe uma fórmula mágica para lidar com o transtorno bipolar, mas com o tratamento adequado é possível alcançar qualidade de vida!
 
A psicoeducação tanto dos familiares quanto do próprio paciente é extremamente importante para potencializar o tratamento. A conscientização auxilia os familiares a lidarem melhor com a situação e, consequentemente, o ambiente se torna mais favorável ao tratamento. Não deixe de procurar a ajuda necessária.
 
No site saudemental.club, você pode encontrar dicas para buscar o tratamento adequado. Conte conosco, vamos juntos promover a mudança na saúde mental do nosso país, Brasil!

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