Através das novas informações que surgiram sobre o tema e por seus impactos causados na sociedade, a ansiedade é assunto recorrente em diversas mídias e tem ganhado cada vez mais notoriedade.

Cerca de 9,3% da população brasileira, segundo a OMS em 2019, sofre de problemas com ansiedade. Possivelmente, esse número aumentou após o início da Pandemia de COVID-19, sendo mais um dos motivos para sua causa.

Antes de falarmos da ansiedade como a maioria a conhece atualmente, é bom dizer que existe uma ansiedade tida como “normal”. Mas o que consideramos uma ansiedade “normal”?
 


É normal ter ansiedade?

A ansiedade natural é aquela que não afeta o dia a dia, não causa perda de capacidades laborativas e afetivas. Entretanto, quando causa prejuízos sérios, incapacitando e limitando uma pessoa, a ansiedade não pode mais ser encarada com “normalidade”: temos um problema real.

 

 

Como identificar o meu grau de ansiedade?

Se você sofre com algum grau de ansiedade, reflita sobre ela através dessas três perguntas:
  • Como ela surge?
  • Como ela permanece?
  • Como ela vai embora?
Essas três perguntinhas são muito importantes, pois você poderá entender a sua ansiedade, principalmente quando ela tem um fundo emocional.

Todas as nossas ações intencionais possuem como fundamento uma “verdade”: algo que acreditamos que seja verdadeiro. A partir disso nosso comportamento se desenvolve. A ansiedade nada mais é que uma “verdade” que acreditamos tomando forma. É muito necessário você saber identificá-la.
Por exemplo: ninguém tem medo de falar em público, mas muitos tem medo de errar em público: errar tem um significado para essa pessoa, gerando ansiedade nela. Pense nisso!  
 

 

Fábricas de ansiedade: Redes Sociais

O que pode gerar ansiedade em você talvez não gere em outra pessoa. A ansiedade é uma experiência subjetiva, porém existem algumas condições que podem ser iguais para todos: como a pandemia ou as redes sociais. E as redes sociais são uma fábrica de ansiedade para muitos de nós.

 

Inovação, rapidez, constância, criatividade, politicamente correto e tantos outros critérios que precisam estar presentes para você se destacar nas redes… Quantas vezes você deve ter pensado, posto ou não posto?”. Depois que posta: “Nossa, será que vai dar briga? Será que alguém vai se ofender? Acho que devo apagar…”, “Será que essa foto ficou realmente boa? Nossa, fiquei estranho…”
Quantas angústias surgem nesse processo das redes, que dá brecha para outra fonte que alimenta essa ansiedade: o profundo desejo desordenado pela novidade.
 
Ninguém quer ver coisas repetidas. Vivemos na era da constante novidade, do constante inovar. Aqueles que querem de alguma forma se destacar precisam estar apresentando a novidade, nem que seja inventando a roda de forma diferente para chamar a atenção. Por isso, muitos sofrem com esse constante “inovar”, ficando cada vez mais ansiosos e depressivos.
Pense a respeito disso: o quanto a nossa ânsia por novidades alimenta uma máquina que gera cada vez mais ansiedade nas pessoas.
 
 

Analogia do arroz

Nesta constante ânsia pela novidade e imediatismos, vamos buscar contrapor com a analogia do arroz. Vivemos em tempos de imediatismo. Tudo é muito rápido e instantâneo. Quando nos deparamos com algo em nossas vidas que acaba “demorando”, ficamos angustiados, ansiosos e achamos que existe algo de errado, mas não é bem assim.
 
O erro é justamente achar que as coisas são rápidas, porque elas não são. Somos nós que não participamos de todas as etapas e isso dá a aparente sensação de ser rápido. Mas, o quê isso tem a ver com o arroz?
 
Quando você estiver ansioso em relação a algo, utilize a seguinte analogia: nós “entramos” no fim da etapa do arroz. Compramos, levamos para casa, cozinhamos e comemos. Parece rápido e simples, mas somente por estar no final do processo que aparenta ser assim, nós não participamos de tudo o que está por trás:  
  • Plantar;
  • Cuidar;
  • Colher;
  • Ir para a fábrica;
  • Separar os tipos;
  • Armazenar adequadamente;
  • Passar pelos processos de beneficiamento;
  • Ser ensacado;
  • Testes de qualidade;
  • Ser levado para o supermercado.
 
Quantas etapas que nem se quer imaginamos, não é mesmo?
Se estivéssemos dentro de todas, sem dúvida alguma não acharíamos que é “rápido”. E qual é a finalidade disso tudo? Que você, leitor, compreenda que só estamos presentes em nossas próprias etapas, e ignoramos que tudo em nossa volta tem seus próprios desenvolvimentos. Achamos que somente nós somos os “demorados”, mas tudo possui suas devidas etapas.
Então, pense nisso quando ficar ansioso e achando que está demorando demais.  
 
 

O novelo de lã

Uma das técnicas que podemos utilizar para entendermos como devemos lidar com as nossas vidas, nos momentos ansiosos, é pensarmos no novelo de lã: ele é longo e dificilmente iremos usufruir dele todo de uma vez.
 
Fazer essa mentalização nos ajudará a compreender como a nossa vida é longa e como o longo prazo é eficiente. O novelo demora a ser consumido e muito dele pode ser aproveitado, se fizermos tudo com a devida calma. Mas se fizermos de qualquer jeito, o novelo vai se embolar. Assim como nossa vida, se fizermos tudo atropelado nada dará certo. É necessário paciência, calma e constância, assim como para manusear o novelo.
 
Sempre que estiver em um momento da sua vida que você acredite que precise resolver tudo, lembre-se do novelo que pode demorar a tomar a devida forma, mas quando feito do jeito certo, com paciência e constância, iremos colher diversos frutos.
 
 

Técnicas para lidar com a ansiedade

Para finalizarmos, apresentamos algumas simples técnicas práticas, que são geralmente usadas em terapia com os clientes do José Eduardo, um de nossos idealizadores, para lidar com a ansiedade. Antes de qualquer coisa, se faz necessário conhecer “o campo” onde elas serão aplicadas, por isso:

Conhecete a ti mesmo!” (Frase normalmente atribuída ao filósofo Sócrates)
Antes de sair aplicando diversas técnicas, é necessário fazer com que o cliente conheça a si.
Isso é muito mais importante que qualquer técnica, pois temos que entender o que ocorre conosco, como ocorre e as razões de ocorrer. Sem isso, a técnica vira apenas um reboco malfeito. Reflita um pouco sobre si no decorrer deste texto, por a reflexão ser importante. Mas, não fique somente na superficialidade, reflita cada vez mais.
 


Sobre as técnicas, apresentamos duas:

  • Técnica de distração
    Consiste em colocarmos nossa atenção em algum objeto, tarefa, ou qualquer outra coisa que não seja nosso pensamento perturbador. Fique atento a todos os detalhes que envolvem a sua distração. Se você, por exemplo, pegar uma vassoura, e resolver contar e ver a grossura de cada fio, com toda certeza você se distrairá e não fixará no seu pensamento ansioso. 
  • Técnica do tempo
    A maioria das pessoas passa o dia todo pensando nos seus problemas e ficam ansiosas com isso. Mas, e se você reservar um momento do dia para se preocupar? Escolha um momento, um lugar, uma duração e dedique-se a preocupar-se. Em vez de termos diversos pensamentos ao decorrer do dia, você consegue centralizar isso e diminuir os prejuízos que você tem. 

Busque aplicar em sua vida essas técnicas, que podem até parecer simples, mas que tem a eficácia necessária para te ajudar a lidar com a ansiedade desordenada!
 

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